segunda-feira, 20 de maio de 2013

MERCEDES AROZ

MERCEDES AROZ
Senadora ex-comunista converte-se e deixa cargo


Mercedes Aroz, doutora em Economia, senadora mais votada da história da Câmara Alta espanhola, em representação dos socialistas catalães por Barcelona, anunciou sua conversão ao cristianismo e o abandono de sua cadeira, por incompatibilidade com a atual política de seu partido, que ainda ele seguirá como militante de base, segundo informou o jornal La Vanguardia, em 30 de novembro passado, difundindo uma nota da agência Europa Press.

Sua consciência cristã e a política

Mercedes Aroz, com mais de um milhão e meio de votos, ostenta o recorde absoluto para representar os cidadãos na Câmara Alta. A ex-senadora foi marxista ortodoxa durante décadas; filiou-se ao Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE) em 1976, e provinha de uma formação de ultraesquerda. No Partido Socialista da Catalunha (PSC), fez parte da direção política, durante 18 anos, e do Comitê Federal do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE). Agora anunciou que deixa a cadeira e que a razão é sua conversão ao cristianismo, um processo que levou vários anos.

Mercedes afirma que, como cristã, sua postura se choca com as leis do Governo. “Meu atual compromisso cristão me levou a discrepar com determinadas leis de Governo, que se chocam frontalmente com a ética cristã, com a regulamentação dada à união homossexual ou à pesquisa com embriões, e que, em consciência, não pude apoiar. Em conseqüência, impunha-se a decisão que tomei”, afirmou Aroz. Já em junho de 2005, Mercedes Aroz anunciou sua oposição à lei socialista do matrimônio homossexual, como publicou quando debateu o assunto no Senado.

Mercedes Aroz disse, em declarações à Europa Press: “Eu quis tornar pública minha conversão, para sublinhar a convicção da Igreja Católica de que o cristianismo tem muito a dizer aos homens e mulheres de nosso tempo, porque há algo mais que a razão e a ciência. Através da fé cristã, chega-se a compreender plenamente a própria identidade como ser humano, quanto ao sentido da vida”.

Segundo informam os meios citados , já faz uma anos que Mercedes Aroz estava se aproximando da fé cristã, segundo testemunhas muito próximas de sua própria família. Com a chegada do atual presidente ao poder (José Luis Rodriguez Zapatero), a senadora Aroz fez esforços por estender pontes entre a Igreja e a linha do governo “Zapaterista”, marcada por leis como a citada.

Abandonara a política por incompatibilidade

Ela escreveu cartas ao primeiro-ministro, com sugestões e propostas de cooperação com a Igreja. Quase esgotada a legislatura, ante a aprovação de leis incompatíveis com sua nova visão cristã, Mercedes Aroz decidiu anunciar o que é o resultado de um longo itinerário de maturidade da fé.

Mercedes Aroz abandonou sua Cadeira, como Senadora Socialista em novembro de 2007, e publicou sua conversão ao cristianismo. No dia, não explicou como aconteceu sua conversão. Só após um ano inteiro, concordou em dar entrevistas à imprensa, porque queria se explicar somente durante a reunião do Congresso dos Católicos na Vida Pública. Porém, quando chegou o dia Congresso, ainda não havia recuperado suficiente coragem para responder aos entrevistadores. Ela tinha um discurso escrito e simplesmente o leu o público. Porém, quando um jornalista, no tempo aberto para ele, perguntou-lhe qual seria seu relacionamento com a associação “Irmãos do Cordeiro” e com o Papa João Paulo II, ela começou a falar: - “Eu tenho dois filhos. Durante o tempo inteiro os eduquei nos valores da esquerda e do marxismo. O filho mais velho, um estudante, veio a viver numa comunidade conhecida como ‘Os Irmãos do Cordeiro’ e se converteu ao cristianismo”.

Ela acrescentou na entrevista: “Meu filho... é-me muito difícil lembrar àquela hora... estava sendo trabalhado pela graça de Deus.” Os Irmãos do cordeiro são uma ordem de padres e religiosas mendicantes, pobres, a maioria composta de jovens, que moram nos bairros mais pobres das cidades grandes, e que vestem um hábito religioso de cor celeste.

Seus filhos influenciados pelos “Irmão do Cordeiro”

Mercedes Aroz relembrou o verão 2000, em Roma, para a reunião mundial dos jovens com o Papa. “Meu filho estava lá, e os Irmãos do Cordeiro o ajudaram no processo da conversão; mas, na realidade, sua conversão se deve ao Papa João Paulo II, quando se encontrou com dois milhões de jovens de todas as partes do mundo, em Tor Vergata (Roma). Aquela foi a maior concentração de jovens realizada no Ocidente”.

Naquele verãos ela leu um artigo de um jornalista esquerdista que tinha dado grande destaque ao encontro mundial dos jovens em Roma. Ela contou que refletiu consigo mesma: “ O que aconteceu com nossos jovens (socialistas), onde estão seus ideais; porque não somos capazes de reuni-los assim tão numerosos?” “Aquele artigo me obrigou me obrigou a refletir sobre meus ideais”, disse ela, que tinha sido membro da Liga Comunista Revolucionária, em sua juventude. “Bem no fim daquele ano, ouvi e atendi ao convite de Deus. Disse a mim mesma: ‘Muito bem, Mercedes, mas nem o Pai-Nosso ainda consegue lembrar.’ Comecei a me informar sobre a religião, pelos livros do Ratzinger quando ainda era Prefeito da Congregação da Doutrina da Fé, e hoje ele é o Papa Bento XVI”.

Luta contra o matrimônio gay

No ano 2005 tinha em mãos o projeto d lei que visava equiparar ao matrimônio as uniões estáveis entre pessoas do mesmo sexo. Não sabia como se opor, com argumentos jurídicos, mas percebeu claramente que a proposta era contrária aos ensinamentos cristãos, ensinamento que é doutrina, e não ideologia.

Ela prosseguiu em sua entrevista: “Senti que não somente devia votar contra o projeto, mas também descobrir argumentação contra, e foi bem aqui que abandonei o projeto socialista. Em seguida votei também contra as leis que favorecem a manipulação genética, e no fim do meu mandato de senadora, votei contra a lei chamada “Memória História”, não porque eu era contra as famílias buscando seus antepassados mortos, mas porque continha um preâmbulo de uma ideologia discriminatória, sem tentar encontrar uma reconciliação verdadeira, menos ainda uma memória autêntica”.

Quando lhe perguntaram se não enxergava um projeto laicista no PSOE, ela respondeu: “Creio que o PSOE não tem um projeto laicista, mas seus partidários são demasiadamente desorientados acerca do verdadeiro sentido da laicidade, numa sociedade pluralista e democrática. Precisamos discutir a laicidade, mas quando nós, contrários ao aborto e à eutanásia, oferecemos oposição, somo excluídos, e um verdadeiro debate se torna impossível”.

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