quarta-feira, 22 de abril de 2009

Analise eclesial aponta desafios à evangelização

Os teólogos, padre Joel Portela e padre Cleto Caliman, apresentaram nesta quarta-feira, 22, aos mais de 300 bispos reunidos na Assembleia da CNBB em Indaiatuba (SP), uma análise da conjuntura eclesial em que destacaram os desafios ao trabalho de evangelização da Igreja no Brasil. Ambos fizeram suas considerações a partir do Seminário que o Instituto Nacional de Pastoral (INP), órgão da CNBB, realizou em agosto do ano passado abordando a temática Igreja, comunidade de comunidades.
Um dos desafios apontados pelo padre Joel diz respeito às paróquias. “O fato é que muitas de nossas paróquias não conseguem mais integrar plenamente em si a concepção stricto sensu de comunidade. Não se trata de considerar que, nelas, não se trabalhe, não se invista na vida comunitária, nem se fale sobre o tema. A questão não se coloca na inércia pastoral, que até existe, mas não se consubstancia em situação majoritária nem relevante para o que estamos refletindo. A questão é estrutural e diz respeito às mudanças no lidar com o espaço e com a dimensão comunitária”, afirma o teólgo.
Segundo padre Joel, a tendência hoje é a de acolher os diversos modos de concretizar a dimensão comunitária: comunidades territoriais e comunidades não-territoriais. “O que permanece, como princípio historicamente inevitável, é a configuração em pequenas comunidades. É tempo de intensificar ainda mais a capilarização ou nucleação comunitária, ultrapassando os limites das relações burocráticas, da prestação de serviços, da efetiva experiência comunitária apenas para alguns”.Para ele é preciso investir “em pequenas comunidades territorialmente estabelecidas, com laços de vizinhança geográfica”.
Já o padre Cleto Caliman fez sua análise a partir de quatro teses tiradas das seguintes temáticas: “Da homogeneidade ao pluralismo religioso; de uma Igreja prevalentemente ocidental a uma instituição mundial; da configuração tridentina à Igreja do Vaticano II; Igreja particular, Comunidades eclesiais e novos movimentos”. Num segundo momento, ele fala sobre a Igreja como comunidade de comunidades.
Segundo padre Cleto, é preciso superar a tentação de soluções fáceis. “Em tempos mudança de época, há o risco de buscar respostas curtas à insegurança, como o fundamentalismo e o emocionalismo”, disse. “Na atual mudança de época, Igreja, cuja missão é expressar a catolicidade da vontade salvífica universal de Deus, deve somar esforços para uma nova consciência planetária, superando uma consciência fragmentária, centrada na singularidade das “tribos” e grupos fechados sobre si mesmos, visando à construção de um “sujeito solidário” que busca a vida plena, no espírito da grande tradição da Igreja”, concluiu.

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