As grandes verdades morais, aquelas que enaltecem o
gênero humano, às vezes tão simples de se elaborar e compreender, e que
alimentam o espírito dos indivíduos e das nações, têm estado sob ataque dos
poderes políticos dominantes, desde que estes embarcaram em uma nova ordem
“globalizada” e neoliberal. Por isso, as agências de propaganda que esses
poderes têm a seu serviço escondem, condenam ou difamam tais verdades. Em seu
lugar, criaram uma atmosfera asfixiante para que a população aceite como sendo
“naturais” as novas relações sociais, baseadas em valores como o aborto,
feminismo radical, casamento homossexual, ideologia de gênero, consumo de
drogas e outras atitudes que visam a reforçar o individualismo.
Contam-se nos dedos de uma mão os atuais
governantes que se atrevem a desafiar tal sistema anticultural dominante no
mundo, para proteger os seus cidadãos. Por isso, é alentadora a advertência que
o presidente do Equador, Rafael Correa, destinou aos seus governados, no último
dia 28 de dezembro, quando desmascarou as invenções que cercam a ideologia de
gênero, qualificando-a de “perigosíssima”. Em uma reunião pública, ele
sustentou que tal ideologia, “academicamente, não resiste à menor análise”,
pois destrói a família. Ele garantiu ainda que a sua defesa da família e a sua
oposição ao aborto “não tem relação com esquerda ou direita”, mas trata-se de
uma questão moral.
Correa assegurou que “uma coisa é o movimento
feminista pela igualdade de direitos, o que apoiamos de todo o coração. Mas há
alguns excessos, uns fundamentalismos que propõem coisas absurdas. Já não
versam sobre a igualdade de direitos, mas sim sobre a igualdade de todos os
aspectos, que os homens pareçam mulheres, e as mulheres, homens. Já basta!
(Aciprensa, 3/01/2014)”.
O que propõe esta ideologia, enfatizou, é que
“basicamente, não existam homens e mulheres naturais, e que o sexo biológico
não determine ao homem e à mulher, mas apenas as ‘condições sociais’. E que o
indivíduo tenha o ‘direito’ e a liberdade de escolher inclusive se será homem
ou mulher. Por favor! Isso não resiste à menor análise” É uma barbaridade que
atenta contra tudo! (Contra as) Leis naturais, contra tudo!”.
Correa assinalou, também, que apoia a igualdade de
direitos entre homens e mulheres, mas não a “igualdade em todos os aspectos,
porque somos, graças a Deus, homens e mulheres, diferentes, complementares, e
não é que se tratem de impor estereótipos, mas que bom que a mulher mantenha as
suas características femininas, e que bom que os homens mantenham os seus
traços masculinos. (…) Eu prefiro que a mulher que pareça mulher, e creio que
as mulheres preferem os homens que parecem homens”.
O presidente equatoriano assinalou que, por
defender a família e opor-se ao aborto, “serei qualificado de ‘cavernícola’, que
não estou à vanguarda do pensamento civilizatório. (…) Todos lutamos pela
igualdade de direitos entre homens e mulheres, mas estes movimentos feministas
fundamentalistas são outra coisa, já que buscam que homens e mulheres sejam
iguaizinhos”.
“E insisto, essa ideologia, pra mim, é
perigosíssima”, sendo usada muitas vezes “para justificar o modo de vida
daqueles que as criaram”. Ele ainda advertiu que as pretensões do feminismo
radical e da ideologia de gênero são “barbaridades (…) que destroem a base da sociedade,
que segue sendo a família convencional”.
Correa, que se qualifica como um político de
esquerda, criticou aos setores que consideram que “quem não apóia essas coisas
não é de esquerda, que quem não é pró-aborto não é de esquerda. (…) Isso não
tem nada a ver com esquerda ou direita, é pura barbaridade.”
“Vão me chamar de conservador por acreditar na
família. Pois bem, acredito na família, e acredito que essa ideologia de
gênero, e suas asneiras, destroem a família convencional, que segue sendo, e acredito
que seguirá sendo, felizmente, a base da nossa sociedade”, enfatizou.
Para ele, como o significado que se pretende dar à
questão do gênero não tem base científica, isto se torna uma ideologia
necessariamente imposta. O ponto central do problema é que a imposição dessa
visão de mundo pretende promover uma mudança antropológica a qualquer custo, já
que é impossível apagar por meio de decreto as diferenças existentes entre
homens e mulheres.
Várias entidades internacionais públicas e privadas
têm contribuído para provocar tal mudança: uma delas é a própria Organização
das Nações Unidas (ONU), assumindo essa posição em algumas resoluções adotadas
desde a Conferência da Mulher de Pequim (1995) e na Pequim+15 (2010), quando se
criou uma agência especial para assuntos vinculados ao gênero. Entre as
entidades privadas, encontram-se várias representantes do núcleo de poder
anglo-americano, como a Federação Internacional de Paternidade Planejada (IPPF,
na sigla inglesa), que remonta à década de 1940 e tem grande influência sobre
os programas especiais da ONU e ostenta uma longa carreira de iniciativas de
caráter malthusiano de redução populacional. Entre os seus fundadores, estava
Prescott Bush, pai do ex-presidente estadunidense George H.W. Bush e avô de
George W. Bush.
Não obstante, a maioria dos governos,
independentemente da sua coloração política, forçada ou por convicção, tem
incorporado oficialmente esses novos parâmetros culturais citados acima,
convertendo-os nas réguas de medição da democracia moderna. Nada disto muda o
fato de que existem claras diferenças entre homens e mulheres, sendo que a sua
igualdade encontra-se apenas na dignidade. Em nome do bom governo, voltemos ao
realismo antropológico!
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