sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

I NORDESTÃO DE ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA


Há algumas semanas atrás, mais exatamente durante os dias 15, 16 e 17 de novembro de 2013, Maceió-AL foi cenário de um dos acontecimentos mais significativos da história da Igreja Católica no Brasil: o I NORDESTÃO DE ANIMAÇÃO BÍBLICO-CATEQUÉTICA.


O ginásio da Escola Santa Úrsula tornou-se, nesses três dias, um fascinante terreiro cultural, ecoando a sonoridade dos diversos sotaques que formam o povo nordestino. Era o nordeste pulsante no coração das Alagoas... e, da Igreja.

Chegamos como romeiros/as, discípulos missionários de Jesus Cristo, vindos em caravanas dos 5 regionais que formam o nordeste: NE 1 (Ceará), NE 2 (Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba), NE 3 (Bahia e Sergipe), NE 4 (Piauí) e NE 5 (Maranhão). Trazíamos conosco muitas expectativas sobre esse encontro: animação, espiritualidade, assessoria, formação, comunhão...

Fomos acolhidos/as nos braços crucificados de Nosso Senhor Jesus Cristo e sob a proteção amorosa de Nossa Mãe, Senhora de Aparecida. Éramos cerca de 200 catequistas.

Então, ao longo desses três dias, tal qual os artesãos, fomos tecendo, paciente e fraternamente, uma reflexão sobre OS DESAFIOS PARA A TRANSMISSÃO DA FÉ, passando pela Iniciação à Vida Cristã, a Palavra de Deus e a Liturgia, sob o olhar atento dos nossos “padrinhos do Sulão”, Regina e Pe. Gil, regional que nos inspirou na construção desse Nordestão.

Logo na abertura fomos iluminados numa bela e inspiradora Celebração da Palavra, organizada pelo Regional NE 2, que culminou com a adoração ao Santíssimo. E, diante D’Ele, nos fortalecemos, na certeza de que todo o encontro seria marcado por Sua presença em nosso meio.

Começamos o segundo dia com o tema: Iniciação à Vida Cristã, tendo como assessor Pe. Lima. Como ele mesmo alertou, muito do que foi dito já tínhamos escutado ou estudado antes, mas nesse momento ecoou como a renovação de um chamado, uma (pro)vocação à toda a Igreja, afinal “essa é uma tarefa conjunta”, portanto de todos nós, discípulos missionários que servimos à Jesus na Igreja, seja como leigos/as ou consagrados/as. “A Iniciação à Vida Cristã procura traduzir a comunicação da fé, mas não se reduz à intimidade com Jesus; tem reflexos e influências na própria existência, leva à participação da comunidade que, no seu conjunto, deve testemunhar o evangelho”. Destacou, ainda, que um dos princípios fundamentais da evangelização e da catequese é o cristocentrismo: “a catequese é evangelizadora, tem Cristo no centro.” A Iniciação, portanto, é um mergulhar no mistério de Deus que, para Paulo, se concentra na pessoa de Jesus, sua vida, morte e ressurreição: “Mistério é o Cristo no meio de vós, esperança da glória” (conf. Cl 1, 27). Iniciação é, então, “um processo exigente, itinerário prolongado de preparação e compreensão vital, de acolhimento dos mistérios da fé, da vida nova revelada em Cristo e celebrada na liturgia”. E os mistérios que devemos iniciar são: Jesus Cristo, sacramento do Pai; a Igreja, sacramento de Jesus; os sacramentos, grandes sinais pelos quais a Igreja manifesta e realiza a ação de Deus que salva hoje.

Pe. Elison Silva foi o assessor do segundo momento do dia em que falou sobre o tema A Palavra de Deus. Lembrou-nos que a Palavra é luz, é viva e eficaz; não é inoperante. Ela é seiva. É a alma da evangelização. Forma comunidade de fé e alimenta a identidade cristã (DCN, Nº 108). Citando o Papa Francisco, Pe. Elison, fala que: “Na Palavra, o catequista encontrará a fonte inspiradora de toda a sua pedagogia”. E fecha com o evangelho de João 8,31: “Se permanecerdes na minha Palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.

Encerrando os temas do dia, Pe. Jânison falou sobre Catequese e Liturgia. Destacou que “Liturgia é o cume para o qual tende a ação da Igreja e fonte de onde emana toda a sua força”. E ainda, que liturgia é ação do corpo místico de Cristo; é ação de Cristo no Espírito e ação da Igreja, unida a Cristo no Espírito.

O último dia de encontro foi marcado pela vivência da leitura orante, coordenada pelo Regional NE 5 que organizou 5 grupos para garantir uma maior participação, seguiu-se uma atividade em grupo, por regionais, em que se discutiu a continuidade do Nordestão (Quando? Onde? Tema?) e, diante dos desafios para a transmissão da fé, que compromissos seriam assumidos por cada regional ao retornar para suas realidades, o que foi apresentado no ofertório durante a celebração eucarística de encerramento. Nos grupos ainda se fez uma avaliação do encontro, destacando pontos fortes e sugestões para melhorar o próximo Nordestão.

Disso tudo, ficamos com a pergunta: Que marcas o Nordestão terá deixado em cada um de nós e, coletivamente, em cada Regional? Certamente o tempo vai nos ajudar a responder, através dos compromissos assumidos e que se tornarão material dos planejamentos das nossas ações pastorais. O fato é que estamos sendo desafiados a (re)pensar nossas práticas catequéticas, considerando nossa história, nossa herança evangelizadora como Igreja, os tempos que nos encontramos e que nos desafiam a fazer a iniciação à vida cristã, tendo a catequese Cristocêntrica, enraizada na Palavra de Deus e na Liturgia.





Texto escrito por:
Eloiza Marinho
Diocese de Imperatriz
Regional NE V

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