terça-feira, 14 de maio de 2013

RABBI-CHEFE ISRAEL ZOLLI

RABBI-CHEFE ISRAEL ZOLLI
JUDEU ENTREGA-SE À CRISTO

Israel Zolli era judeu, grande estudioso da Bíblia e professor universitário. Durante tais estudos, ficou enamorado da figura do Cristo. No ano de 1938 escreveu um livro O Nazareno, que chamou Cristo de "A Flor dos Profetas".

No ano de 1940 ele foi escolhido como Rabbi Chefe da sinagoga de Roma; portanto durante os anos da guerra tinha que enfrentar as fe¬rozes perseguições dos nazistas contra os judeus.

Das notícias que recebia da Alemanha, Zolli previu: "Haverá um banho de sangue. Quem sabe quantos judeus vão perder a vida". No dia 10 de setembro, o exército alemão tomou o controle total sobre Roma. A profecia de Zolli tinha chegado a se realizar.

OS JUDEUS DE ROMA POR 50 QUILOS DE OURO

Conforme o historiador Paul Johnson, Himmler mandou o Coronel Kappler deportar todos os judeus de Roma para a Alemanha. Dos arquivos do Vaticano, recentemente abertos ao público, sabemos que Kappler mandou os judeus entregarem-lhe 50 quilos de ouro no prazo de vinte e quatro horas,

ameaçando a penalidade da deportação de cerca de 300 cativos. O Gran Rabbi Zolli era o primeiro na lista dos alemães para ser deportado. Os judeus conseguiram arrecadar apenas 35 quilos de ouro. Portanto Zolli foi ao Vaticano, disfarçado de arquiteto, entrou na presença do Secretário de Estado e pediu-lhe auxílio, dizendo: "O Novo Testamento (a Igreja) não pode abandonar o Antigo Testamento (a comunidade judaica)". O Cardeal Maglione muito se interessou e aproximou o Papa Pio XII, o qual imediatamente aceitou ajudar e lhe recomendou voltar às treze horas. Porém, no dia 29 de setembro, Zolli de novo foi direto ao Papa Pio XII. Ao mesmo tempo em que agradeceu pelo apoio recebido, quis informá-lo de que os 15 quilos de ouro que estavam faltando foram arrecadados com as ofertas de associações católicas e dos párocos.

OS CONVENTOS ABRIGAM JUDEUS

Isso era somente o início. O embaixador alemão à Santa Sé informou, de maneira rigorosamente sigilosa, ao Papa, que Himmler tinha em mente ordenar ataques relâmpagos e apanhar o maior número de judeus para deportá-los para a Alemanha. O historiador Paul Johnson escreve que o Papa, de imediato, ordenou ao clero de Roma que abrisse as igrejas e lá escondesse os judeus. Ele ainda ordenou aos bispos que dispensassem da lei de clausura os conventos e mosteiros religiosos para torná-los esconderijos aos judeus perseguidos. O próprio Zolli escreve: "Conheço que em alguns conventos, as freiras foram dormir nos porões porque deram seus leitos aos judeus". Zolli confirmou que não era verdade que o Papa Pio XII silenciou (como fora acusado).

Em 1945 Zolli escreveu que "os judeus têm uma grande dívida de reconhecimento para com o Papa Pio XII por seus fortes e repetidos apelos em favor dos judeus. Embora tais apelos não tivessem êxito, ele (o Papa) merece nossa gratidão por tais protestos, entre os quais:

1) em dezembro de 1942, em sua Mensagem Natalina;
2) em junho de 1943, em seu Discurso aos Cardeais;
3) em 15 e 16 de outubro de 1943, os alemães fizeram um ataque relâmpago e mil judeus foram presos e deportados. Na mesma hora Pio XII fez um protesto para pararem com as atrocidades contra os judeus".

Zolli, num artigo que escreveu mais tarde, em 1945, intitulado o Antisemitismo, disse: "A obra extraordinária da Igreja em prol dos judeus em Roma é apenas um exemplo do imenso socorro que se deu debaixo da direção de Pio XII. Essa obra de caridade é uma das mais gloriosas páginas da história da humanidade; é verdadeiramente um triunfo da luz irradiada por Jesus Cristo".

Pinchas Lapide, ex-cônsul de Israel na Itália, deixou escrito que "durante a guerra, a Igreja Católica salvou milhares de judeus, mais do que as outras igrejas protestantes e mais de que as outras organizações filantrópicas". Pinchas diz que a Santa Sé e a Igreja Católica salvaram mais de 400.000 judeus de morte certa.

A APROXIMAÇÃO DE ZOLLI DO CRISTIANISMO

Deus, com grande delicadeza, pegou as mãos de Zolli e, aos poucos, o conduzia a uma maior intimidade consigo. Zolli fazia tempo que estava interessado no Cristo. No Livro de Isaías, ele encontrou as provas da divindade de Cristo. "O Cristo é o Messias, o Messias é Deus, portanto Cristo é Deus". Desde que escrevera O Nazareno, Zolli confessava que Cristo é o centro dos dois Testamentos, do antigo e do novo.

Cristo estava chamando-o a uma maior intimidade consigo. Durante o outono do ano 1944, quando Zolli estava presidindo como Gran Rabbi um serviço religioso, assim ele se lembra de sua "conversão": o Ra-bbi tinha perto de si dois assistentes quando "que nem num relâmpago, na luz do Espírito Santo, eu vi uma extensão de campos verdes, e no meio da vegetação eu vi o Cristo vestido com um manto branco. Em cima dele havia um céu azul. Perante aquela visão eu senti uma grande paz, indescritível, no coração. E lá no fundo do meu coração eu ouvi ressoando estas palavras: 'Você está aqui pela última vez; de agora em diante você andará atrás de mim'. Eu acolhi tais palavras com a máxima serenidade e no meu íntimo respondi-lhe imediatamente: Assim seja; assim seja; assim tem que ser'".

Foi pouco tempo depois, quando Zolli renunciou ao cargo de Gran Rabbi da comunidade judaica de Roma; ele começou a freqüentar um sacerdote católico que o ensinou a doutrina cristã, antes de fazer um pedido formal para ser batizado.

O BATISMO DE ZOLLI

Em 13 de fevereiro de 1945, na Igreja de Santa Maria dos Anjos, em Roma, Mons. Traglia batizou a Israel Zolli. Como nome de batismo ele es¬colheu o nome de Eugênio, em espírito de gratidão para com o Papa Pio XII (anteriormente chamado Eugênio). A esposa de Zolli foi batizada no mesmo dia. Sua filha Maria, após um ano de reflexão, foi recebida também na Igreja Católica. No dia seguinte, o Padre Dezza, S.J., reitor da Universidade Grego-riana, deu-lhes a Primeira Comunhão, e uns dias depois receberam o Sacra-mento da Confirmação.

O CRISTIANISMO

Em 1948 Zolli escreveu que "eu estou convicto de que, depois dessa guerra, a única maneira de se resistir contra as potências do mal e da devastação, e de nos empenharmos na reconstrução da Europa, será a difusão do cristianismo, isto é: com a propagação da verdade acerca de Deus e acerca da fraternidade humana, como foi pregada por Cristo".

POBREZA EXTREMA

Com sua conversão, Zolli perdeu todos os privilégios e não tinha mais como manter a família. O mesmo Mons. Traglia admitiu que quando Zolli foi batizado não tinha o que comer naquela noite e teve que lhe dar, ele mesmo, algum dinheiro.

O próprio Zolli admitiu que "quando eu e minha esposa abraçamos o Cristianismo, perdemos tudo o que tínhamos no mundo. Agora preciso encontrar algum trabalho e Deus me ajudará". Por intervenção do Papa, ele foi admitido como professor no Instituto Bíblico.

HOMEM DE ORAÇÃO

Ele freqüentava a Missa, diariamente, na Capela da Universidade Gregoriana, onde passava longo tempo em oração. Ele e o Papa Pio XII eram amigos do peito. Durante uma audiência privada, Zolli pediu ao Papa que, do texto da cerimônia da Sexta-Feira Santa, fosse eliminada a expressão "pérfidos judeus". O Papa atendeu ao pedido. Em 1953, quando o Missal Romano foi traduzido para o italiano, a nova tradução assim dizia: "Oremos também pe¬los judeus que não queriam acreditar..." Mais tarde, no tempo de João XXIII, foi eliminada completamente, e, em 1961, ficou formulada como "Oremos pelos Judeus".

Zolli sempre dizia que a sua não era uma "conversão"; não houve mudança; mas partindo do Antigo Testamento, ele encontrara a plenitude do Novo Testamento. Zolli faleceu no dia 2 de março de 1956, após ter rece- bido o Viático, dizendo: "Peço a Deus que perdoe meus pecados. Quanto ao restante, eu confio em Sua infinita misericórdia".

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