quinta-feira, 9 de maio de 2013

Conversão Maria Elizabeth Hesselblad

Maria Elizabeth Hesselblad


Maria Elizabeth Hesselblad nasceu na Suécia, no dia 4 de junho de 1874, a mais velha de uma família de 13. Eram luteranos, praticavam a religião, e ela gostava muito de ler a Bíblia. Certa vez leu a passagem em que Cristo mostra o desejo de que haja "um rebanho com um só pastor". Essas palavras a impressionaram: "O que significa um só pastor" e "um só rebanho?" Qual é a verdadeira religião? Com 12 anos, teve uma doença grave, uma úlcera nos intestinos, e teve sorte por ter-se recuperado; porém as conseqüências ficaram durante toda a sua vida.

Bem naquele tempo a família estava passando por problemas financeiros. Para ajudar a família, Maria Elizabeth viajou para a América (USA). Ela pediu ao Senhor: "Senhor, ajuda-me, para eu ajudar os outros." Ela se inscreveu na Escola de Enfermagem e começou a trabalhar como enfermeira. Esse trabalho, ela assumiu com toda a seriedade, como uma vocação. Certa vez receberam um paciente pedreiro, que tinha caído do alto, onde trabalhava; ele era um operário irlandês, já fora de seus sentidos; mas ela o ouviu orar: "Mãe, Mãe Santíssima de Jesus, ajuda-me."

Esta prece muito a impressionou; como luterana nada sabia sobre Nossa Senhora e ficou admirada com esse irlandês que, apesar de inconsciente, estava chamando Nossa Senhora, "Mãe de Deus". Ela se questionou: "Como? Então esse operário tem duas mães?"

No seu tempo livre, Maria Elizabeth gostava de visitar igrejas católicas. Ficava encantada com o silêncio e a paz nelas; observava que as pessoas faziam genuflexão e um gesto de reverência na frente do Tabernáculo (apesar de não saber o porquê ou o que havia no Tabernáculo). Ficava impressionada vendo o povo persignar-se. Ela se interrogava: Mas é necessário exteriorizar a fé, como fazem os católicos?

Um sacerdote espanhol que visitava os doentes ficou impressionado com a dedicação de Maria Elizabeth e lhe disse profeticamente: "Não somente você vai ficar católica, mas até uma religiosa." Ela ia se perguntando: "Quem sabe se a Igreja Católica não seria a verdadeira Igreja de Cristo?" As duas maiores objeções contra a Igreja Católica eram: por que os católicos veneram Nossa Senhora? Isso não prejudicaria nossa veneração somente devida a Cristo? E por que os católicos também reverenciam os Santos?

Nossa Senhora de Lourdes

Certa vez, quando visitava um convento onde havia uma bela estátua de Nossa Senhora de Lourdes, ela disse: "Ainda não havia aprendido a reverenciar a Nossa Senhora como minha mãe, mas apenas como mãe do Salvador. Certa vez eu estava ao lado da imagem, e percebi que havia pó e sujeira de moscas sobre ela. Fui até meu quarto e trouxe um pouco de algodão e água, e lavei o seu rosto, e em seguida fui até o jardim; porque era o outono, não encontrei flores, mas trouxe uma folha verde e a coloquei em sua mão. Esse meu gesto de homenagem ficou sempre comigo, anos depois. Era meu primeiro gesto de homenagem a Maria!"

A Morte do Pai

Aconteceu que recebi a notícia de que meu pai tinha falecido, na Suécia. Gostaria de ter estado junto com ele, ao lado de seu leito de morte. Fechei-me no meu quarto e prorrompi em choro; e de minha boca surgiu essa prece fervorosa: "Maria, minha Mãe, recomendo meu pai em tuas mãos. Aceita-o, minha Mãe, e torna-o feliz no céu". Essa foi a primeira prece que já tinha proferido a Nossa Senhora, a qual comecei a sentir perto de mim, tornando-se Ela muito querida minha.

Na Bélgica

Certa vez, três amigas suas na América a informaram que iam viajar para a Europa e a encorajaram a ir com elas até a Bélgica. Foram juntas e chegaram a Bruxelas, bem no dia da Festa de Corpus Christi (a festa do Corpo e Sangue de Jesus na Eucaristia). Maria Elizabeth tinha sido criada como luterana; os luteranos não acreditam na presença real de Cristo na Eucaristia. Suas amigas, que eram católicas, disseram-lhe que iam participar das funções e da procissão de Corpus Christi. Porém, sabendo que Maria Elizabeth era luterana, não a pressionaram para juntar-se a elas. De fato, ela não acompanhou a procissão, mais ficou sozinha, observando o que estava acontecendo. "Quando o bispo se aproximou da porta, eu estava passando por grande conflito interior: ajoelhar-me-ei ou não? Quando o bispo chegou na minha frente, ouvi uma voz doce, mas ressoante, na minha alma: "Eu sou Aquele que tu estás buscando." E, sem saber como, eu me joguei de joelhos. Lá, ao lado da porta principal, dentro da Catedral de Bruxelas, eu, pela primeira vez, me ajoelhei em adoração perante a Presença Divina de Jesus Sacramentado. Minhas amigas se alegraram ao ver-me ajoelhada e, em seguida, me aproximei delas e nos abraçamos, regozijando-nos mutuamente." Daquelas três amigas, uma se tornou religiosa e a outra se dedicou bastante ao apostolado da caridade.
A Busca da Verdade

Maria Elizabeth continuou trabalhando entre os pobres de Nova York, em diversas organizações; e, ao mesmo tempo, estava indagando se a verdadeira Igreja era a Igreja Católica, chegando à conclusão de que somente a Igreja Católica oferece a paz, a verdade e a amizade. "Sim, a Igreja Católica é o Rebanho que Cristo formou. Cada dia que se fica longe da Igreja, é um dia desperdiçado."

Maria Elizabeth buscou um padre jesuíta, que lecionava na Georgetown University. Na conversa com ele, mostrou-lhe seu desejo, de longa data, de entrar na Igreja Católica.

Sua entrada na Igreja

E assim, no dia 15 de agosto de 1902, ela foi recebida na Igreja Católica e, no dia 17 do mesmo mês, fez a Primeira Comunhão. Assim consignou em seu diário: "Não consigo descrever meus sentimentos. Eu senti Deus em mim. Meu desejo humilde de fazer Tua vontade, ó Senhor Deus, me convenceu que tal amor não pode ser pago sem sacrifício. Ofereci-lhe minha vida e minha vontade, pronta para trilhar o Caminho da Cruz".

Daquele momento em diante, ela começou a nova aventura com o Senhor. No ano 1911, ela foi a Roma para se fortalecer. Lá ela sentiu que devia fundar uma Ordem de Religiosas, na mesma casa outrora habitada por Santa Brígida, padroeira da Suécia, que tinha falecido no século XIV. Entraram as primeiras três candidatas à nova Ordem, cuja finalidade principal era rezar pela conversão da Suécia, país majoritariamente luterano. O secretário do Papa Pio X, o santo Cardeal Merry Del Vai chamou Maria Elizabeth Hessel-blad, "a mulher mais extraordinária em Roma". A Ordem foi aprovada em 7 de julho de 1940.

O Papa Paulo VI, que conhecia pessoalmente Maria Elizabeth, disse: "Que essa Ordem se torne uma ponte entre os países da Escandinávia e Roma". Madre Tereza faleceu no dia 25 de abril, no ano de 1955. No dia 5 de julho de 1988 foi iniciada a causa de sua beatificação; sendo, finalmente, declarada Beata por João Paulo II, no dia 9 de abril de 2000.

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