sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

EMPOSSADO PÁROCO DE SANTA TERESA

Caríssimo Dom Gilberto!
Meus irmãos presbíteros!
Religiosas! Irmãs Capuchinhas de quem eu recebi minha primeira formação catequética e escolar!
Amigos e amigas de outras comunidades!
Paroquianos e Paroquianas de Santa Teresa!

Parece até que foi ontem, mas 33 anos já se passaram... Foi no dia 01 de janeiro de 1979 que eu recebia das mãos do saudoso bispo Dom Marcelino Bícego, a missão de me tornar o primeiro pároco diocesano de Santa Teresa, substituindo o Frei Defendente. Lembro-me do que Frei Defendente disse no início daquela celebração: “Comunidade de Santa Teresa! Tomem conta do Pe. Felinto, ele ainda é muito jovem.” Em seguida Frei Defendente me deixou sozinho no altar e entrou em seu jeep que já estava com sua bagagem dentro e foi-se embora. Eu fiquei trêmulo e com muita dificuldade continuei sozinho a missa. Tinha apenas 7 dias que eu havia sido ordenado.
Fui Pároco de Santa Teresa durante dois anos, depois regressei para Alemanha para o meu trabalho de conclusão de curso. No meu lugar ficou o Pe. Antonio de Pádua que, após a minha volta da Alemanha foi nomeado Reitor do Seminário de Carolina. Mais uma vez fiquei em Santa Teresa até ser transferido para a Paróquia de João Lisboa.
Digo tudo isso, Dom Gilberto e paroquianos de Santa Teresa, para expressar os meus primeiros passos como sacerdote. Não foi fácil levar adiante o trabalho missionário dos padres capuchinhos e seus longos anos de vida missionária. Não posso esquecer os primeiros anos de catequese em Santa Teresa, sem espaço físico, contando apenas com a boa vontade de todos vocês que sempre tiveram muito orgulho de ser o berço da fé desta grande cidade de Imperatriz.
Não posso esquecer Dona Juraci, de saudosa memória. Foi quem me convidou pela primeira vez para tomar o café da manhã em sua residência. No dia seguinte foi na casa de dona Raimunda Torres. Dona Etelvira Marques e o senhor João Jacob que me ajudaram a organizar o festejo de Santa Teresa... naquela época o pátio era um verdadeiro areal e o festejo se resumia a um leilão na porta da Igreja no dia 15 de outubro. O apoio dos amigos que foram se formando: família Moreira, família Cortez, família Bandeira, Martins, família Herênio, família Freitas Matos, família Araújo dos Santos, família Magalhães, família do Sr. Urbano e dona Sidney, família Milhomem, família Tôrres e o Erasmo de Bel ensaiando seu violão à noite no pátio de Santa Teresa. A família Bastos, a família Cunha da Professora Nilza, família Rocha, família Melazzo, Dona Gleuza preparando pais e padrinhos para o sacramento, a Maria Carvalho que assumiu a maternidade de tantos filhos gerados em seu coração, o apoio da família Vieira, da família Ferreira e da família de dona Lys, esposa do Smith, da família Vilela, da Teresinha preenchendo os livros de batizados que eu costumava atrasar, da família Gomes (do Raimundinho e o José), a família Garcia do seu Rubens Ayres, família Lopes, Oliveira, Feitosa, da família Borges, família Amazonas, a família Cardoso, a família da dona Zeca, da família Tocantins do Jofre, família Paixão, a família Galetti, da família Sabbag, dona Domingas Martins e de tantas famílias que, me desculpem, não poder todas aqui enumerar. Como me recordo de dona Maria e seu Horácio, meu amigo Iratan, companheiro de pescarias, família Paixão da saudosa Mundiquinha de quem eu guardo uma recordação: um copo de alumínio onde eu tomo água até hoje, no qual está escrito: Pe. Felinto, sejas feliz! Como posso esquecer a alegria da Mundiquinha quando colocamos cimento no pátio e fizemos uma rampa de acesso para deficientes e ela, como cadeirante, pode ter acesso com mais facilidade à igreja. Citar nomes é sempre difícil; corre-se o grande risco de esquecer alguns; peço desculpas por isso. Jovens que aqui deixei e que hoje são até vovô e vovó.
Digo tudo isso para externar a minha alegria de estar mais uma vez com vocês. Não tenho mais a juventude física devido à idade, infarto, aneurismas que tive. Mas tenho muito amor pela Igreja e pela causa do Reino de Deus, pela Eucaristia. Assim como vocês me ajudaram no início de minha vida sacerdotal, espero contar com todos vocês, seus filhos e netos, para que eu possa cumprir essa missão confiada a mim pela Igreja, na pessoa de nosso bispo Dom Gilberto.
Estou cada vez mais convencido que ninguém substitui ninguém, somos únicos para Deus, com nossas qualidades e deficiências. Cada um ocupa seu lugar, único e insubstituível na história. Por isso peço a comunidade que evitem comparações entre esse ou aquele sacerdote, esse ou aquele grupo, essa ou aquela pastoral. As comparações acabam sendo sempre injustas e parciais. Lembremo-nos que um ponto de vista é sempre a visão de um determinado ponto. Existem, portanto, outras visões de outros pontos. Se não podemos falar bem por alguma razão, também não falemos mal. A medida que usamos para medir os outros é a mesma medida que Deus também usará para medir a cada um de nós. Sejamos misericordiosos e alcançaremos misericórdia.
Também estou convencido que não fui nomeado para recomeçar, mas para dar continuidade ao trabalho de todos os párocos que já por aqui assumiram a missão que hoje estou recebendo: os missionários capuchinhos que tiveram a Paróquia Santa Teresa como referencia, Pe. Antonio de Pádua, Pe. Tarcísio, Pe. Lourenço, Pe. Raimundo Pinto, Pe. Cícero Alves, Pe. Moisés, Pe. Raimundo Nonato ao qual agradeço por preparar esta transição de cargo. A missão apenas continua.
Agradeço a todos vocês que vieram rezar comigo nesta noite de quinta-feira: da paróquia Cristo Salvador, Fátima, demais comunidades e os paroquianos de Santa Teresa, padroeira de Imperatriz e de toda a Diocese.
Termino com três frases de Santa Teresa: “O Senhor não olha tanto a grandeza das nossas obras. Olha mais o amor com que são feitas”. Outra expressão: “Humildade é a verdade”. Finalmente: “Quem ama, faz sempre comunidade; nunca fica nunca sozinho”.
Conto com todos vocês! Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!

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