quinta-feira, 16 de junho de 2011

BENTO XVI: PRIORIZAR OS QUE SE AFASTARAM DA IGREJA

Proposta para as paróquias da diocese de Roma (que serve também para as paróquias do mundo inteiro)

CIDADE DO VATICANO, segunda-feira, 13 de junho de 2011 (ZENIT.org) -
O desafio de hoje da Igreja, em particular nos países de antigas raízes cristãs, consiste em mostrar a beleza do cristianismo para aqueles que o consideram um obstáculo para alcançar a felicidade, considera Bento XVI.
Por esse motivo, o Papa explicou – na tarde desta segunda-feira, ao participar de um congresso eclesial da diocese de Roma – que buscar a proximidade dos que se afastaram da fé converteu-se em algo “mais urgente que nunca”.
Falando na basílica de São João de Latrão, que estava lotada, o pontífice explicou que a Igreja precisa lançar “uma nova evangelização dirigida a quem, apesar de já ter escutado falar da fé, deixou de apreciar a beleza do cristianismo, ou ainda mais, em ocasiões, consideram-no inclusive um obstáculo para alcançar a felicidade”.
Por isso, explicou que hoje a Igreja deve deixar esta mensagem: “A felicidade que vocês buscam, a felicidade que vocês têm o direito de vivenciar, ela tem um nome, um rosto: o de Jesus de Nazaré, escondido na Eucaristia”.
Na catedral de Roma, o Santo Padre centrou sua intervenção no tema do congresso eclesial: “A iniciação cristã”, ou seja, o caminho que uma pessoa segue para entrar na Igreja e empreender a vida cristã.
O Papa apresentou como proposta algumas palavras que numa ocasião lhe tinha escrito pessoalmente Hans Urs von Balthasar (1905-1988), um dos maiores teólogos do século XX, que dizia: “A fé não deve ser pressuposta, mas proposta”.
“Por si só, a fé não se conserva no mundo, não se transmite automaticamente ao coração do homem; ela deve ser sempre anunciada. O anúncio da fé, por sua vez, para que seja eficaz, deve começar por um coração que crê, que tem esperança, que ama, um coração que adora a Cristo e crê na força do Espírito Santo”, disse.
Segundo o pontífice, “os homens se esquecem de Deus também porque com frequência a pessoa de Jesus é reduzida a um homem sábio e se debilita ou inclusive se nega a divindade”.
“Esta maneira de pensar impede a compreensão da novidade radical do cristianismo, pois se Jesus não é o Filho único do Pai, então tampouco Deus veio visitar a história do homem. Pelo contrário, a encarnação forma parte do próprio coração do Evangelho”, afirmou.
Portanto, alentou “o compromisso por uma renovada estação de evangelização, que não é só tarefa de alguns, mas de todos os membros da Igreja. Nesta hora da história, não é esta talvez a missão que o Senhor nos encomenda: anunciar a novidade do Evangelho, como Pedro e Paulo, quando chegaram a nossa cidade?”, perguntou aos presentes, párocos, catequistas, membros dos conselhos paroquias da Cidade Eterna.
“Há adultos que não receberam o Batismo, ou que se afastaram da fé da Igreja. É uma atenção hoje mais urgente que nunca, que pede que nos comprometamos com confiança, apoiados pela certeza de que a graça de Deus sempre atua no coração do homem”, disse.

Um comentário:

PAULO disse...

As palavras do Papa faz eco às palavras de Jesus, claro que dentro do contexto, já que para tudo há um tempo debaixo do céu (Ecle 3,1). Jesus disse:"Não ireis pelo caminho dos gentios, nem entrareis em cidade de samaritanos;
Mas ide antes às ovelhas perdidas da casa de Israel" (Mt.10,5-6). Não queremos dizer que deva esquecer os que ainda não ouviram a Boa Nova, mas concordo com o Papa que se faz urgente uma evagelização dos batizados não evagelizado. Creio que isso se dará por uma catequese renovada e mistagogica. Deve começar por uma abertura a um novo jeito de se fazer pastoral.